quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A MUSEALIZAÇÃO DO ILÊ AXÉ ALEKETU OYÁ BALÉ CABOCLO GONGOMBIRA: PRESERVANDO E VALORIZANDO O PATRIMÔNIO CULTURAL AFRO-BRASILEIRO DE SERGIPE

1. INTRODUÇÃO


(Entrada principal do Ilê)

Caminhando em direção a possibilidade de se pensar novas formas de preservar o patrimônio cultural afro-brasileiro de Sergipe é que o presente trabalho foi desenvolvido, a fim de apresentar o projeto de musealização do Ilé Asé Aláketú Oyá Balé Caboclo Gongombira e os seus significados coletivos.

Utilizando a revisão bibliográfica como recurso metodológico o artigo está fundamento com alguns dos conceitos trabalhados no campo do conhecimento museológico, privilegiando uma ação dialógica com a Antropologia. Dentro desta perspectiva o trabalho tem ainda como foco analisar os espaços religiosos de matrizes africanas e as suas novas formas de expressão, que são utilizadas em beneficio do fortalecimento de sua identidade étnica.

Para o ordenamento de sua discussão o texto está estruturado em três partes principais. A primeira faz uma abordagem das raízes do Ilê axé Oyá Balé e de seus ancestrais, a segunda, num segundo momento, traz uma discussão em torno da importância do Terreiro para a preservação do patrimônio afro-brasileira e sua relação com o museu, e por ultimo, na terceira parte, apresentamos o projeto desenvolvido no Ilê, em sua primeira fase.

Podemos constatar, a partir dos resultados alcançados, que esta iniciativa aponta para a abertura de uma maior aproximação dos Terreiros de Candomblé, pensados enquanto “museus comunitários”, com o seu entorno, contribuindo assim para a valorização da cultura, e em especial, da religião afro-brasileira em Sergipe.

2. AS RAÍZES DO ILÊ AXÉ ALAKETU OYÁ BALÉ CABOCLO GONGOMBIRA


O sangue e a
Ancestralidade
Não há como negar
Não há como recuar
Não há como recusar
Nos eleva e identifica

Severo D’Acelino. 2002


É pelo respeito e importância dada aos seus ancestrais que os povos africanos e afro-brasileiros cultuaram e cultuam seus Orixás, Voduns e Inquices mantendo forte suas tradições ao longo do tempo. É também dessa forma que o Ilê Asé Alaketu Oyá Balé Caboclo Gongombira considera de grande importância fazer um “exercício de memória” relembrando e buscando sempre as suas raízes.

Fundado em 15 de janeiro de 1989, o Ilê Asé Alaketu Oyá Balé, encontra-se situado na zona sul de Aracaju, no Loteamento Marivam, Bairro Santa Maria, nº 210. O Terreiro que está sob os cuidados da Iyalorixá Maria Claudeildes Santos de Santana, filha de Oyá Balé tendo como urukó Megelecy, cultua seus Orixás e Voduns (1) nas nações de Ketu (2) e Jeje, cultuando também os caboclos e exus na nação Angola, preservando assim o patrimônio religioso e cultural dos seus antepassados.

Dessa forma é preciso salientar que as suas raízes estão diretamente ligadas a uma das casas de Ketu mais tradicionais do Estado de Sergipe, o Abagsá Ogun Marinho, situado no Bairro Santos Dumont, Rua Jaime Paulo, nº97, também em Aracaju, pertencente a Iyalorixá octogenária Josefa Maria dos Santos, sua Mãe de Santo e consanguínea.

Conhecida popularmente como Mãe Nair, a história da Iyalorixá Josefa Maria se entrelaça com a história de alguns nomes importantes que contribuíram para a formação da memória do candomblé sergipano.

Filha de santo e neta sanguínea da Iyalorixá Elisa Martins dos Santos, conhecida como Eliza D’Ayará, Mãe Nair foi iniciada com o Orixá Ogum tendo como urukó (3) “Lua-Omim”.

Já Elisa D’Ayrá, por sua vez, foi iniciada com o Orixá Xangô e de urukó Babá-Omim, fazendo parte da primeira geração de iniciados no “candomblé de feitorio” do Estado de Sergipe, na Nação de Ketu, introduzido pelo Babalorixá baiano Manuel do Amaral, conhecido popularmente como Manezinho Sandayó, nos anos de 1920.

Entre os primeiros iniciados, segundo Mãe Nair (4), estavam Ercília Lima, a primeira raspada (5) em Sergipe, com o Orixá Oxum, Elisa Martins (sua avó) com Xangô, Odete com Odé, Carmelita com Xangô Aganjú, Otávio com Oxosse, José Adolfo com Iemanjá, Eleonora com Oxalá Talabi, Jorge Paim com Oxum, Kaciano com Obaluayê, Malaquias com Xangô, Washington e o Ogã (6) Bomfim com Oxalá.

Foi seguindo os conhecimentos tradicionais ensinados por Manezinho Sandayó que a Iyalorixá Elisa D’Ayrá abriu o “Terreiro São Pedro”, situado no alto da Suissa Braba em Aracaju, e iniciou seus poucos filhos-de-santo, entre eles Nair de Ogun (sua neta), Carmelita de Obaluayê, Núbia da Oxum e Carminha da Oyá.

Anos mais tarde Elisa D’Ayrá viajou para a Ilha da Conceição, em Niterói, Estado do Rio de Janeiro, região em que plantou seu Axé e após seu falecimento deixou sob os cuidados de Benício de Xangô e de Bebé sua esposa, o qual veio a ser fechado após o falecimento dos mesmos.

Na atualidade, mesmo com o falecimento da Iyalorixá Elisa de D’Ayrá, o Orixá Xangô Babá-Omim permanece na família, ficando como “Deixa” (7) de Mãe Nair, sendo cultuado no Ilé Asé Oyá Balé Caboclo Gongombira, o qual mantém sua tradição. “Kawó-kabiyèsíle!”

3.PENSANDO NO UNIVERSO DO AXÉ: O MUSEU, O TERREIRO E A PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO AFRO-BRASILEIRO

Refletir sobre o patrimônio cultural afro-brasileiro no universo do axé, “força movimentadora da vida” (D’ACELINO, 2008) é uma tarefa instigante e ao mesmo tempo surpreendente quando correlacionamos dois, dos principais espaços, responsáveis pela sua preservação e valorização: o museu e o terreiro.

Ao lançarmos o nosso olhar pelas lentes da cultura afro-brasileira poderíamos afirmar que além do Terreiro, o Museu também possui esse axé, que pode ser percebido quando enxergamos o museu como um fenômeno, o qual: “Pode existir em qualquer espaço, em qualquer tempo. Inexiste, portanto, uma forma ‘ideal’ de Museu, que possa ser utilizada em diferentes realidades: o Museu toma a forma possível em cada sociedade, sob a influência dos seus valores e representações” (SCHEINER, 2001, p.06).

Fazendo uma correlação do museu com o terreiro, podemos dizer que é o axé grande responsável por dar “alma as coisas” e trazer para seus objetos o Ori, manifestando sua individualidade e identidade que caracteriza cada bem patrimonial. O museu também é o responsável pelo Okan, “órgão que centraliza o poder de vida e sede da inteligência, do pensamento e da ação” podendo este ser entendido como a memória. E para guardar o conjunto desse patrimônio, temos as Iyabás, dentre elas, Nanã, Iemanjá, Iansã e Oxum, as quis nos lembram as musas.

Diante dessa breve relação simbólica entre o museu e universo cultural afro-brasileiro faz-se necessário ressaltar a importância do Ilê para a preservação e valorização dos bens culturais e patrimoniais produzidos pelos afro-descendentes no Brasil.

Assim como o museu, os terreiros também selecionam, guardam e expõem “coisas” com a intenção de evocar lembranças e tencionar a reconstrução de uma determinada época, seja no culto aos seus ancestrais ou até mesmo nas relações hierárquicas que são estabelecidas entre seus membros, com a intenção de manter uma tradição.

Dessa forma o terreiro se assemelha ao museu, construindo “teias de significados” (GERRETZ, 1978) através do seu patrimônio material e humano, presentes no seu dia-a-dia, num processo constante de construção e reafirmação de sua identidade. E, em se tratando do patrimônio humano, talvez, seja esse o grande diferencial entre ambos ao se trabalhar a sua preservação. Pois como destaca Bruno Brulon “Ao se tombar um terreiro de candomblé, o que se deseja preservar em primeiro lugar é a comunidade que nele vive, se transforma e se manifesta culturalmente pela religião” (2008, p.135), o que nem sempre acontece com os museus, uma vez que muitos sacralizam suas em vitrines, afastando-os de seus grupos produtores.

Essa relevância poderá ser percebida também nos critérios que levamos em consideração ao pensar a musealização do Ilê Axé de Alaketu Oyá Balé Caboclo Gongombira, uma vez que a intenção se faz em justamente ressaltar a importância do Terreiro para a comunidade local em que está inserido, com a finalidade de criar mecanismos que tragam a interação, dos que transitam neste espaço, com o patrimônio que ali se encontra contribuindo para o processo de valorização da cultura afro-brasileira em Sergipe.

4.A MUSEALIZAÇÃO DO ILÊ AXÉ OYÁ BALÉ CABOCLO GONGOMBIRA

4.1 Entendendo o processo de Musealização

O processo de musealização não consiste, apenas, na simples tarefa de registrar, classificar e etiquetar “coisas” ou simplesmente no ato de incorporar um objeto ao acervo de um museu para sua exposição, como pensam alguns dos estudiosos, de outras áreas, que se enveredam pela área do conhecimento museológico.

O ato de musealizar implica num conjunto de ações que vai além, em muitas ocasiões, da sua relação com o próprio museu, uma vez que este ato pode transcender os muros de uma instituição museológica de caráter tradicional, ou seja, centrada na seguinte relação de valorização: “edifício/coleção/público”. É este museu de caráter tradicional que se contrapõe ao “novo museu” valorizando a relação “território/patrimônio/população”, sendo este um dos fatores responsáveis por imprimir o caráter social da Museologia.

É assim que tal impressão torna-se de grande relevância no processo de musealização, para que este dissemine a idéia de socialização do patrimônio musealizado, despertando então nos indivíduos da comunidade, o sentimento coletivo de valorização e o espírito de solidariedade social em prol da preservação dos seus bens culturais e patrimoniais.

A importância do engajamento social aliado ao processo de musealização, descrito e enfatizado anteriormente, se justifica pelo fato de considerarmos que o fazer museológico é o resultado das relações humanas, em períodos históricos, atreladas a outras práticas sociais globais (SANTOS 2008). Sendo, portanto, fundamental refletirmos antes de qualquer coisa sobre seu caráter social.

É, ainda, sob esta perspectiva que a Museóloga Maria Célia Teixeira Santos destaca o referido processo, a qual nos diz que: “A musealização é então processada na prática social – no interior do museu e fora dele -, em sua dinâmica real, no tempo e no espaço, abordando a cultura de forma integrada as dimensões do cotidiano, ampliando suas dimensões de valor, consciência e sentido” (2008, p.102).

Perpassando pela discussão em torno de aliança entre a prática social e o processo de musealização, nos deteremos agora na sua definição. Baseando-se na via conceitual aberta por alguns teóricos clássicos da Museologia, a exemplo de Strasnký, Anaildo Baraçal traduz a definição de musealização como sendo a “valorização da realidade (...), através de representantes autênticos que atestam a importância cultural e de memória dessa mesma realidade” (2008, p.110).

Apesar da elucidade definição sobre o que seria musealização, é preciso deixar claro que o autor coloca a “separação” e/ou extração desses “representantes autênticos” de sua realidade para ser incorporado ao universo do museu, como a primeira etapa do processo. O qual também não está errado. Apenas podemos colocar esta, a separação, como uma das opções dentro da metodologia empregada. Até porque relembremos o que disse, anteriormente, Maria Célia Teixeira, ao afirmar que o processo “pode ocorrer no interior do museu e fora dele”.

Ao colocarmos a “separação” como uma opção de metodologia, podemos exemplificar com o nosso caso de estudo, o qual será apresentado mais a frente, uma vez que trabalharemos com a musealização de um espaço, que continuará com a mesma funcionalidade, e não de um objeto em si. Agregando apenas o atributo do “novo museu”, de forma mais específica do ecomuseu, desenvolvendo seus processos no dia-a-dia com a comunidade do seu território.

Referenciando ainda o sentido de musealização, Cristina Bruno define como sendo o “conjunto de procedimentos de salvaguarda e comunicação dos acervos, coleções e referencias culturais que contextualiza e amplia os processos museológicos” (2001, p?), os quais a autora destaca dentro dos postulados fenomenológicos como sendo: “A perspectiva preservacionista / educacional dos processos museológicos a partir da compreensão sobre as suas funções (cientificas > educativas> sociais) e vocações referentes a administração da memória e tratamento da herança patrimonial”.

Saindo das definições e partindo para os meios práticos, segundo Pedro Manuel Figueiredo Cardoso Pereira, podemos caracterizar o processo de musealização dentro de operações materiais e conceituais responsáveis por um percurso que construirá a “identidade patrimonial” de cada objeto (2004). Dentre as operações temos quatro básicas, a saber:
1. Identidade Perceptiva e conceitual: “no contexto da qual o ‘objeto’ seria percebido como ‘realidade’;

2. Identidade factual, no contexto da qual a sua percepção primeira seria “fatualizada”, permitindo às comunidades reconhecê-lo como um “fato”;

3. Identidade documental, no contexto da qual ele recebia o “nome” pelo qual seria “nomeado”, permitindo ser classificado, catalogado e indexado;

4. E, finalmente, antes de ser considerado um “bem ou valor patrimonial”, pela construção da sua Identidade museal, onde estaria sujeito a um trabalho simultâneo de conservação e comunicação (ou, num âmbito mais amplo, de preservação e desenvolvimento).

Por fim, considerando a importância do processo de musealização, e entendendo também “A idéia do Museu como fenômeno – que se dá espontaneamente, a partir da relação específica que constitui a experiência museológica, criando sentidos sobre o real: [e que] é a partir dela que se define o que será musealizado e o que será Museu” (BRULON, 2008, p. 130), é que apresentaremos um esboço da primeira etapa, em desenvolvimento, do projeto idealizado para o Ilê Asé Oyá Balé Caboclo Gongombira.

4.2 Apresentando o projeto: Ilê de Portas Abertas


O projeto de Musealização do Ilê Axé Alaketu Oyá Balé Caboclo Gongombira, faz parte de um projeto maior, o “Ilê de Portas Abertas”, criado no primeiro semestre de 2011, através do qual serão executadas várias outras ações com a finalidade de divulgar, promover, preservar e valorizar o patrimônio cultural afro-brasileiro.

Ciente de sua responsabilidade social o Ilê Axé Alaketu visa disseminar, principalmente, a importância da valorização da tradição das religiões de matrizes africanas no Estado de Sergipe, em específico do chamado “Candomblé de feitorio”, desenvolvendo para isso projetos que fomentem a “distabuzação” (CORRÊA, 2009) estimulando outra visão, distanciada do preconceito e da discriminação, da qual vem sendo vítima há anos.

Considerando o museu como um agente de mudança social e desenvolvimento, o Ilê dá um passo importante em Sergipe, se configurando como o primeiro espaço religioso musealizado no Estado, o qual será aberto para um público diversificado, entre eles, a comunidade local, religiosos, estudantes, turistas e pesquisadores interessados na temática cultural e afro-religiosa.

No Ilê Axé Alaketu Oyá Balé temos o Barracão da Oyá, no qual acontecem as algumas festas, entre as principais, a exemplo da Festa de Odé Mungú (Oxosse) em abril; o Acarajé da Oyá em maio, a Festa de Santo Antônio em junho; o Pirão de Nanã em julho; a Festa dos Eguns e o Caruru de Anemita em novembro e a Festa das Yabás em dezembro. Outro Barracão que se encontra dentro do Ilê é o de Xangô. Nele comemora-se em junho a Fogueira e o Batá de Xangô, uma tradição das suas raízes. Temos também o Barracão dos Caboclos, no qual acontece o “Samba Angolá” dos Caboclos e suas sessões. Logo ao seu lado temos também o espaço dedicado a Iroko, um Orixá representado por uma árvore, a Gameleira Branca, plantada no Ilê em 2009. Na frente do Ilê temos, ainda, o Barracão de Exú, no qual acontece a Festa de Tranca-Rua das Almas e o Cabaré de Piaçaba em maio. Além dos barracões citados, a casa possui o Roncó (8), a Camarinha, a cozinha de santo (9), o espaço para recolher os animais e algumas áreas verdes espalhadas pelo Ilê, nos quais são plantadas algumas ervas que são utilizadas para alguns rituais.

O Ilê Axé, enquanto museu, orientará sua missão para a preservação e proteção dos conhecimentos tradicionais populares, da cultura, da religiosidade e identidade afro-brasileira.

Desenvolvido por uma equipe interdisciplinar composta por Museológos e outros profissionais o projeto já deu inicio a sua primeira etapa, a qual consiste no diagnóstico museológico do espaço. O objetivo, nesse momento, visa fazer um levantamento dos bens culturais, situados no espaço, a fim de demarcar suas potencialidades.

Com a conclusão da primeira etapa realizaremos uma ação educativa, com dois grupos escolares de crianças e jovens, no espaço para termos uma resposta das primeiras ações desenvolvidas no processo de musealização do Ilê. Essa medida também servirá para ajudar a orientar as estratégias que serão efetuadas na segunda etapa com a finalização da montagem do museu.

A fase inicial do processo de musealização do Ilê, apresentado nesse momento, se configura como o primeiro passo do projeto, o qual vem a público, no II Seminário de Estudos Culturais, Identidades e Relações Interétnicas, com o objetivo de ampliar as discussões sobre os espaços religiosos de matrizes africanas e suas formas de expressar a sua identidade étnica. Diante do que foi exposto acreditamos que a realização desta iniciativa aponta, ainda, para a abertura de uma maior aproximação dos Terreiros de Candomblé, pensados enquanto “museus comunitários”, com o seu entorno, contribuindo não só para a preservação e valorização do patrimônio afro-brasileiro de Sergipe, como também estimulará a igualdade de direitos e respeito a diversidade cultural e religiosa.

NOTAS

1. Divindades cultuadas na nação Jeje
2. No Ketu os atabaques são tocados com aguidavis ou arcos de Davi (espécie de varinha) e as cantigas são quase todas na língua ioruba, esses são alguns dos elementos que definem essa nação. DIAS,
3. Nome religioso, do fiel iniciado, dado pelo Orixá
4. Entrevista cedida por Mãe Nair ao autor no dia 26/11/2011
5. Termo popular designado para identificar o sujeito iniciado no candomblé
6. Cargo reservado aos homens dentro do Ilê
7. Orixá que passa a descer pela pessoa (Herança).
8. Espaço destinado para recolher os filhos da casa que estão se iniciando na religião, ou com qualquer outra obrigação.
9. Local em que se preparam as comidas dos rituais e as refeições dos filhos.


REFERÊNCIAS

BARAÇAL, Anaildo Bernardo. O objeto da museologia: a via conceitual aberta por Zbynek Zbyslav Stránský. Dissertação (Mestrado em Museologia e Patrimônio) – Centro de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.

BRUNO, Cristina. Mestrado em Geografia – Universidade Federal de Sergipe. Apostila da Disciplina: Musealização da Arqueologia: conceitos e métodos. Local: Museu Arqueológico de Xingó. Período: 21 a 26 de outubro de 2001.

BRULOM, Bruno. Quando o Museu abre portas e janelas: o reencontro com o museu contemporâneo. Dissertação (Mestrado em Museologia Patrimônio) – Centro de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.

CORRÊA, Alexandre Fernandes. O Museu Mefistofélico e a distabuzação da magia: análise do tombamento do primeiro patrimônio etnográfico do Brasil. São Luis/MA: EDUFMA,
2009, 192p.

DIAS, Renato Henrique Guimarães. Sincretismos Religiosos Brasileiros: Pequeno estudo sobre alguns sincretismos religiosos surgidos no Brasil entre 1500 e 1908, janeiro de 2009.

D’ACELINO, Severo. Panáfrica África Iya N’La. Aracaju: MemoriAfro, 2002, 169p.

__________. Mariow: O Terreiro de B’a Emiliana. Aracaju: Memoriafro, 2008, 102p.

SANTOS, Maria Célia Teixeira Moura Santos. Encontros Museológicos – reflexões sobre a museologia, a educação e o museu. Rio de Janeiro, Minc/IPHAN/DEMU, 2008.

SCHEINER, Tereza Cristina. Desvelando o Museu Interior. In: Disciplina – Museologia 01: bases teóricas da Museologia. UNIRIO/CCH, Escola de Museologia. Apostila preparada de março a agosto de 2001.

PEREIRA, Pedro Manuel Figueiredo Cardoso. No final desse processo de intervenção em que estado, material e conceitual, ficará o patrimônio? Cadernos de Sociomuseologia, nº34. 2004

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

PATRIMÔNIO CULTURAL DA UMBANDA EM RISCO

Casa onde foi fundada a Umbanda, em São Gonçalo, será demolida





Foi no imóvel — que ocupava o centro de uma chácara, no início do século 20 —, que Zélio Fernandino de Moraes, então com 17 anos, dirigiu a primeira sessão da Umbanda.

A estrutura metálica já está pronta para receber o telhado do novo galpão que vai ocupar o número 30 da Rua Floriano Peixoto, em Neves, São Gonçalo. Dentro do terreno, uma casinha centenária aguarda a demolição marcada, segundo o proprietário, ainda para esta semana. Poderia ser uma simples obra, não fosse um detalhe: a casa rosa, com a pintura já castigada pelos anos, é a última testemunha do nascimento da umbanda.

Foi no imóvel — que ocupava o centro de uma chácara, no início do século 20 —, que Zélio Fernandino de Moraes, então com 17 anos, dirigiu a primeira sessão da religião. Era 16 de novembro de 1908. A umbanda é a única manifestação religiosa 100% brasileira.

— A demolição nos deixa muito decepcionados, pois perdemos uma referência da chegada da mensagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas — diz Pedro Miranda, presidente da União Espiritista de Umbanda do Brasil, em referência à entidade que orientou Zélio a fundar a religião.

Espíritos tristes

A notícia também surpeendeu a mãe de santo Lucília Guimarães, do terreiro do Pai Maneco, em Curitiba, Paraná. Na década de 1990, ela veio ao Rio para pesquisar as origens da religião.

— Imagino que até os espíritos estejam tristes. É uma pena — lamenta ela.
Há mais de cem anos com a família de Zélio, o imóvel onde surgiu a umbanda foi vendido recentemente para o militar Wanderley da Silva, de 65 anos, que pretende transformar o local em um depósito e uma loja.

— Eu nunca soube que a casa tinha essa história. Mas agora já comprei, investi, não posso deixar de demolir — explica-se.

Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), nunca houve um pedido de tombamento do imóvel. A antiga casa de Zélio também não é protegida pelo governo estadual ou pela Prefeitura de São Gonçalo.

De acordo com a última avaliação do IBGE, feita no Censo 2000, o Brasil tem quase 400 mil umbandistas. A religião está em todos os estados do país e também no Uruguai, Paraguai, Argentina, Portugal, Espanha e Japão.

‘Tudo acabou’




O terreiro de Zélio de Moraes — que recebeu o nome de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade — funcionou por pouco anos em São Gonçalo. Os primeiros umbandistas mudaram-se logo para o Rio de Janeiro.

Primeiro, o centro funcionou na Rua Borja Castro, na Praça Quinze. A rua foi extinta, na década de 1950, para a construção da Perimetral. Dali, foram para a Avenida Presidente Vargas. O imóvel também foi demolido, dessa vez para dar lugar ao Terminal Rodoviário da Central do Brasil.

Uma nova mudança e mais uma demolição. A casa 59 da Rua Dom Gerardo, em frente ao mosteiro de São Bento, virou um estacionamento.

— Tudo acabou, eram prédios muito antigos. Lamento que o último registro também vai desaparecer. Mas o mais importante é que os ensinamentos do meu avô se perpetuem — pediu a neta de Zélio, Lygia Cunha, que hoje preside a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade. O terreiro agora funciona em uma sede própria, em Cachoeiras de Macacu, no interior do estado.

Capela de São Pedro


Antes de ser vendida, a casa onde nasceu a Umbanda abrigou uma capela católica. A última moradora do imóvel, uma descendente de Zélio que é muito católica, cedeu o espaço para os devotos. Quem administra a igrejinha — que também mudou de endereço — é dona Geraldina dos Santos, de 74 anos.
— Não tenho preconceito, não. Todos somos filhos de Deus. Se a religião nasceu lá, a casa devia ser preservada. É importante — disse.

Fonte:http://www.paimaneco.org.br

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A MORTE NO MUSEU NÃO MORRE!!!




Por Cláudio Chacal

Para alguns, o senso comum, que é a grande maioria, lugar de coisa velha é no museu. É para lá que deve ir tudo o que é “supostamente” morto e sem vida para a sociedade. Mas, contrariando sempre essa idéia, por muitos séculos o museu vem sempre surpreendendo. Um bom exemplo é o Museu da Morte, surgido no século XIV na Itália, lá podemos ter a “prova viva” que até a morte no museu não morre rsrsr. Confiram a matéria na íntegra!!!

O assustador Museu da Morte


Em Palermo, na Itália, existe um dos museus mais macabros do mundo, afinal ele tem como temática a morte. Lá existem mais de oito mil corpos expostos ao público.
Criado em 1599, as catacumbas foram construídas com a intenção de ser um local que permitisse a visitação do corpo do famoso monge: Silvestro de Gubbio. Mas com o passar do tempo o número de monges cresceu e como o cemitério não conseguia mais absorver o número de mortos, a cripta subterrânea acabou sendo aumentada e eles começaram a serem “enterrados” nesse lugar.
Conforme o tempo passava, essa forma de sepultamento se tornava uma tradição local e a burguesia aderia a essa moda. Durante a vida os mais ricos doavam dinheiro ao mosteiro para que na sua morte eles fossem sepultados no local.
Em 1882, o local foi oficialmente fechado para sepultamento, mas recebeu mais alguns corpos a pedidos especiais. Sendo um deles o de Rosalia Lombardo, que se tornou o mais famoso do local, devido a sua perfeita conservação. A menina, que tinha dois anos quando faleceu, é o corpo mais conservado do local, tão perfeito que mal pode-se notar que ela está morta:



Durante muito tempo a conservação do corpo dela foi um mistério, mas há pouco tempo uma pesquisa feita pela National Geographic Magazine revelou que o médico que embalsamou a menina, utilizou uma técnica nova, que tinha como "ingrediente secreto" a aspirina, dessa forma ele conseguiu que o corpo se mantivesse mais conservado que todos os demais.

Um fato muito interessante sobre o local é que sua atmosfera e seu solo fazem com que os corpos fiquem muito mais conversados do que o normal, o que torna a experiência de visitar esse museu em algo único no mundo.
Fique com algumas imagens desse local incrível e assustador:

























Referência da matéria e imagens:http://minilua.com/curiosidades/

terça-feira, 13 de setembro de 2011

ALGUMAS NOTAS SOBRE A FORMAÇÃO DO PENSAMENTO MUSEOLÓGICO NO BRASIL*

Cláudio Chacal


Mesmo partindo do princípio de que a Museologia, na atualidade, enquanto campo de conhecimento, não está voltada para o estudo dos museus, a rememoração da sua trajetória torna-se impossível, quando abordamos a construção do seu pensamento, de sua filosofia, em fim da sua construção teórica. Tendo em mente a importância dessa relação “museu e museologia” (STRÀNSKÝ, 2008) é que pontuamos neste trabalho alguns dos principais momentos vivenciados pelos museus brasileiros e como estes contribuíram para a construção do nosso cenário museal.

Seguindo a linha explicitada, anteriormente, a primeira ação de cunho museológico no Brasil, segundo Mário Chagas (2008), pode ser considerada a partir de uma experiência singular e isolada em Pernambuco, durante a invasão holandesa, com a instalação de um museu no grande parque do Palácio de Vrijburg no século XVIII. Podendo esta ação, dentro da tradição museal brasileira, ser entendida como “parte de um projeto civilizador de modernidade” (CHAGAS, 2008, p. 64) enfatizado, posteriormente, no século XIX com a vinda da Família Real. Mas, ainda no século XVIII, com a valorização das Ciências Naturais, tivemos o surgimento de uma outra instituição, a Casa de História Natural.

Foi dentro dessa conjuntura, que surgiu a “Casa de História Natural”, criada em 1784, estando a frente de suas ações Francisco Xavier Cardoso. De acordo com Maria Margaret Lopes, a “Casa dos Pássaros”, assim como ficou popularmente conhecida “por mais de vinte anos, colecionou, armazenou e preparou produtos naturais e adornos indígenas para enviar a Lisboa” (LOPES, 1997, p. 26). É nesse momento, que o Brasil tem um significativo avanço no cenário museal, passando a dispor de um espaço responsável por executar as atividades de coleta, pesquisa e preservação da fauna e flora brasileira, dando, assim, início aos primeiros fazeres museológicos.

É dessa forma, com a “Casa dos Pássaros”, que damos os primeiros passos para a afirmação da importância dos museus brasileiros. As instituições museológicas, então, entram no século XIX firmando uma base sólida, tendo em seu histórico a primeira instituição preocupada com a “ciência classificatória e com a formação de um acervo que bem representasse a nação que se formava” (SANTOS, 2002), um resultado obtido através das relações museológicas luso-brasileiras. Foi, somente nesse período, com a vinda da família real para o Brasil, que o cenário museológico passou a se desenvolver efetivamente, saindo assim do “deserto museal” apontado por Mário Chagas, o qual faz a seguinte afirmação: Quando a corte portuguesa aportou no início do século XIX, na cidade do Rio de Janeiro, o Brasil era quase um deserto do ponto de vista museal, o que, aliás, não era uma exclusividade sua. Só não se pode falar claramente em deserto quando se levam em conta as experiências de instalação de hortos e jardins botânicos levadas a efeito nos “últimos anos do século XVIII e na primeira década do seguinte” (JOBIM, 1986: 53-106) – desde que se considere que essas instituições possam ser incluídas na categoria museu, o que, no mínimo, para a época, soaria estranho (CHAGAS, p, 64-65).

Mesmo soando estranho para a época, como nos alerta o autor, os hortos juntamente com os jardins botânicos criados nesse período, constituem-se como elementos de fundamental importância para a preservação e divulgação das belezas naturais do Brasil colônia, sendo também a mola propulsora responsável pelo desenvolvimento do pensamento museológico brasileiro movido concomitantemente pelo espírito das Ciências Naturais.

Com a vinda da Família Real e as intenções de fortalecimento do reino português em terras brasileiras vamos ter a criação de um museu que terá como objetivo “civilizar o Brasil” (SANTOS, 2002), através do seu desenvolvimento científico. É assim, nesse contexto de mudança da corte, que é pensado o Museu Real do Rio de Janeiro, atual Museu Nacional. Criado pelo decreto de 6 de junho de 1818, a instituição tem seu primeiro acervo formado pelas coleções da antiga “Casa dos Pássaros”, passando a ser durante a primeira metade do século XIX o “único expressivo centro de experiência museal no Brasil” (CHAGAS, 2009, p.68). A partir de então o Museu Real passa a contribuir na composição do cenário museológico internacional, ao lado de outros grandes museus de tradição européia.

Posteriormente passam a surgir outros museus, fomentando o desenvolvimento da museologia brasileira, entre eles, tivemos o Museu do Exército, em 1846, o da Marinha em 1868, o Museu Paraense em 1876, e o Museu do Instituto Histórico Brasileiro, em 1894. Acompanhado o movimento dos museus no contexto internacional passamos a ter, no Brasil, o surgimento de instituições com outras tipologias, a saber o “modelo de museu etnográfico, que se difundiu em todo o mundo, entre os anos 1870 e 1930” estando nessa categoria o Museu Paraense Emílio Goeldi, em 1866, e o Museu Paulista em 1894 (JULIÃO, 2006, p, 21-22). Os dados apresentados acerca do surgimento dos museus servem para referenciar a “museodiversidade” e o amadurecimento do cenário museológico brasileiro, em processo de mutação.

Passando por profundas mudanças, os museus, pensados, anteriormente, enquanto instituições que poderiam abarcar o conhecimento universal, voltados para um saber enciclopédico, passam a entrar em declínio, sobressaindo-se então os museus de caráter nacionalista, que tinham em vista celebrar e fundamentar uma identidade nacional. Assim, sob esta plataforma nasce o Museu Histórico Nacional (MHN).
Criado em 1922 no Governo de Epitácio Pessoa, na cidade do Rio de Janeiro, o MHN surge no contexto auspicioso da comemoração dos 100 anos de nação soberana (ABREU, 1990). Regido sob a batuta do mestre Gustavo Barroso, o museu passa a ser um dos principais responsáveis por uma alteração significativa na composição do pensamento museológico brasileiro, inaugurando o rompimento dos museus brasileiros com a visão enciclopédica.

Mesmo inaugurando uma nova fase da Museologia brasileira, o MHN, também pode ser analisado, na visão de Mário Chagas, como uma ponte, “entre o século XIX e o século XX, entre a República e o Império, entre os gestos heróicos do presente e do passado. O que estava em causa não era ruptura, era continuidade e tradição” (2009, p. 89). Tal análise fundamenta-se nas intenções da instituição buscar no passado os elementos responsáveis para se construir a imagem da nação.

Trazendo ainda um complemento maior para a idéia de “ruptura e continuação” que envolve o nascimento do MHN, salientamos que “o surgimento de novos paradigmas não inviabiliza o paradigma anterior, abre apenas novos campos de possibilidade e disponibiliza novas (ou velhas) ferramentas para o enfrentamento de novos (ou velhos) problemas” (CHAGAS, 2008, p. 42).
Nesse sentido o Museu Histórico nacional, pensado como um meio de ruptura com a tradição enciclopedista, pode ser colocado também, como o principal responsável por instituir a passagem de “conservador de museus” para “técnico de museus”, uma ação decisiva que contribuiu categoricamente para o amadurecimento da Museologia brasileira.

Sendo criado em março de 1932 nas instalações do MHN, durante a curta gestão de Rodolfo Garcia, entre os anos de 1930-1932, e modificado posteriormente por Gustavo Barroso, o Curso Técnico de Museus “do ponto de vista museológico” (CHAGAS, 2009, p.98-99), pode ser considerado como um acontecimento mais importante do que a criação do próprio museu, uma vez que a formação de profissionais na área museológica, torna se um dos elementos responsáveis por se pensar a Museologia enquanto área de conhecimento, e, posteriormente disciplina científica em estado embrionário.

Ainda sob o comando de Barroso, o Museu Histórico passou a disseminar as suas idéias preservacionistas, comprometidas com a valorização da memória nacional, foi nesse período que o Museu passou a chefiar a Inspetoria de Monumentos, em 1933, e a organização do Serviço de Proteção aos Monumentos Históricos e Obras de Arte, tornando-se um dos os principais responsáveis por forjar uma identidade nacional e a delinear políticas preservacionistas, das quais por muito tempo, os próprios museus, ficaram alheios. Sendo justificado por Waldisa Russio, pelo seguinte motivo: Assim numa primeira abordagem, os museus no período de sua institucionalização inicial (Museu Real, depois Imperial e, finalmente, Nacional) até 1930, são organismos transplantados para o nosso meio cultural, como instrumento de modernização, ou seja, adoção de padrões considerados mais avançados em nações também mais adiantadas. Portanto, não é de se estranhar o seu alheiamento e o alheiamento a que ficaram quase que por destinação de origem (RÚSSIO, 1989, p. 73).

Saindo do alheiamento para o centro das atenções, os museus brasileiros, em especial o Museu Histórico, passam a ser uma das instituições oficiais preocupadas com a preservação do patrimônio nacional, contribuindo “de dentro para fora e de fora para dentro para a dilatação do domínio patrimonial” (CHAGAS, 2009, p.47) sendo acompanhada, posteriormente, pela criação do Serviço de Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (SPHAN) (2), em 1937 que institui-se como o principal órgão de defesa.

Estabelecendo um diálogo entre os acontecimentos ocorridos no cenário museológico brasileiro e internacional, vamos ter alguns anos depois da criação do SPHAN no Brasil, a criação do Conselho Internacional de Museus (ICOM) em 1946, e a sua vinculação a UNESCO, em 1947, nesse meio tempo os museus passam a adquirir uma maior visibilidade, ganhando um espaço de estudo, produção, acumulação e difusão de conhecimento sobre seu universo. Sendo definido, no ano de 1948, como: [...] todas as coleções abertas ao público de objetos artísticos, técnicos, científicos, históricos ou arqueológicos e [...] os zoológicos, jardins botânicos, mas se exclui as bibliotecas, a não ser que estas possuam salas de exposição permanentes (MAIRESSE, 2005, p.42).

Apesar de sua definição ter uma ênfase em suas coleções, é nessa ocasião que a Museologia passa a ser delineada (CERÁVOLO, 2004) tendo uma maior projeção enquanto campo científico, através do Conselho, ganhando um corpo teórico, que será fortalecido anos depois com a criação do Comitê Internacional da Museologia (Icofom).

NOTAS

*Texto extraído de ANTECEDENTES MUSEAIS (1848-1948):A FORMAÇÃO DO PENSAMENTO MUSEOLÓGICO EM SERGIPE. In: Era uma casa, era um museu: A Formação do Pensamento Museológico Social Sergipano em José Augusto Garcez. Monografia apresentada a UFS. Julho de 2011, p.29-33.

1.Para alguns teóricos da Museologia, a exemplo de CHAGAS 1990; RÚSSIO, 1990; BRUNO, 1997 partimos do entendimento da relação do HOMEM/PTRIMÔNIO/CENÁRIO, uma das definições mais correntes no cenário museal brasileiro.Mas faz-se necessário ressaltar que existem outras tendências do pensamento museológico contemporâneo. Quanto a esse aspecto consultar MENSCH, 1994.

2.Elaborado por Mário de Andrade a pedido de Gustavo Capanema, Ministro da Educação de 1934 a 1945, o SPHAN foi aprovado sob o Decreto-lei nº 25 de 30 de novembro de 1937, sendo hoje o órgão federal mais antigo da América Latina, responsável pela proteção do patrimônio histórico e artístico brasileiro (Ver Publicações da Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, nº. 31, 1989).



BIBLIOGRAFIA

ABREU, Regina e CHAGAS, Mário (orgs). Memória e patrimônio: ensaios contemporâneos. Rio de janeiro: DP & A, 2003.

CERÁVOLO, Suely Moraes. Delineamentos para uma teoria da museologia. Anais do Museu Paulista, junio-deciembre, año/vol.12, número 012. Universidade de São Paulo. São Paulo, Brasil, pp. 327-268.

CHAGAS, Mário. A Imaginação Museal: Museu, memória e poder em Gustavo Barroso, Gilberto Freyre e Darcy Ribeiro. Rio de Janeiro: MinC/IBRAM, 2009. 258p.

JULIÃO, Letícia. Apontamentos sobre a História do Museu. In:_____Cadernos de Diretrizes museológicas. Brasilia: Ministério da Cultura/IPHAN/DEMU, Belo Horizonte: Secretaria de Estado da Cultura/Superintendência de Museus, 2006. 2ª Edição.

LOPES, Maria Margaret. O Brasil descobre a pesquisa científica: os museus e as ciências naturais no século XIX. São Paulo. Editora Hucitec, 1997.

RÚSSIO, W. G. Museu, museologia, museólogos e formação. Revista de museologia, São Paulo: Instituto de Museologia de São Paulo Fesp/SP; 1(1), p. 7-11, 1989.

SANTOS, Myrian Sepúlveda dos. Museus Brasileiros e Política Cultural. Revista Brasileira de Ciências Sociais – Vol. 19 Nº 55. Junho de 2004, p. 53-73.

STRÁNSKÝ. Zbynek Z. Sobre o tema “Museologia – ciências ou apenas trabalho prático?” (1980). In: Revista Eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio – PPG-PMUS UNIRIO/MAST. Tradução Tereza Scheiner (2008) p.101-105.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

MUSEOLOGIA SOCIAL: A FORMAÇÃO DE UM CONCEITO*

Cláudio de J. Santos(Chacal)
Museólogo graduado pela UFS

O que é a Museologia Social? Tentando esclarecer essa questão, muito presente nas práticas museológicas da contemporaneidade, é que faremos uma breve apresentação acerca da formação desse conceito, amplamente discutido dentro do campo da ciência museológica.
Nesse sentido, para dar início a discussão, destacamos o conceito formulado pelo Museólogo Português Mario Moutinho, um dos principais pensadores da Museologia Social. Segundo ele, o conceito “... traduz uma parte considerável do esforço de adequação das estruturas museológicas aos condicionalismos da sociedade contemporânea” (1993, p. 07).
Partindo desta afirmação de Moutinho podemos entender esta adequação da Museologia como sendo, ainda, a necessidade de acompanhar o movimento de mudanças ocorridas na sociedade, algo que não poderia deixar de refletir no museu enquanto uma instituição responsável por representar a realidade sociocultural de um grupo.
Os primeiros reflexos indicadores de uma mudança no campo da Museologia, no que tange a relação “museu x território” têm um marco inicial, poderíamos assim dizer, com as ações e o pensamento de Georges Henri Rivière no Museu do Creusot, em 1967, na França, o qual pode ser considerado como o principal mentor responsável por popularizar “a idéia”, conceituada posteriormente por Hugues de Varine como ecomuseologia, a partir da popularização e definição deste termo, o qual concebe o museu como um espaço que extrapola o modelo tradicional de uma instituição entre paredes e abrange o seu território numa interação do patrimônio com a comunidade local.



Varine, criador do conceito Ecomuseologia

Com a possibilidade de difundir a sua filosofia, acerca da ecomuseologia, na posição de diretor do Conselho Internacional de Museus – ICOM de 1948 a 1965, Rivière marca a história da formação do pensamento museológico, convergindo para os museus a importância de se discutir o seu papel social.
A partir desse momento, estavam lançadas as bases para as questões que seriam levantadas na Mesa Redonda de Santiago do Chile, em 1972. No referido evento organizado pelo ICOM o foco seria os museus Latino-americanos, sendo também importante ressaltar que a Mesa-Redonda acontece num período de “mudanças relevantes na Museologia e na proposta de como deveria atuar os museus na América Latina” (CARVALHO, 2008, p. 44).
A realização da Mesa Redonda de Santiago do Chile foi, ainda, um aceno para a sociedade perceber a importância do museu como instrumento de desenvolvimento e a sua responsabilidade social, até então muito apagada e distante da realidade Latino-americana.
Dentre as resoluções adotadas pela mesma, uma das mais relevantes para a Museologia, no que tange a uma contribuição teórica, que colaborou para o delineamento da Museologia social foi a proposição de um novo conceito: o de museu integral o qual proporciona “a comunidade uma visão de conjunto de seu meio material e cultural” (ARAUJO e BRUNO, 1995, p,24).
Partindo das contribuições teóricas da Mesa-Redonda de 1972, realizada em Santiago do Chile, Mário Moutinho define o museu integral como um “novo museu”, sendo:

uma instituição ao serviço e inseparável da sociedade que lhe dá vida. Capaz de estimular em cada comunidade uma vontade de ação, aprofundando a consciência crítica de cada um dos seus membros. Buscando os fundamentos da ação nas condições históricas de desenvolvimento de cada comunidade. A este museu, compete igualmente uma prática direta nos processos de desenvolvimento fazendo uso da interdisciplinaridade em particular na área das ciências humanas (1989, p.35-36)

Nesse contexto, devido o diálogo entre os diversos campos do conhecimento das ciências sociais, a discussão da vazão a um movimento que surge na década de 1980, denominado de Nova Museologia. É a partir daí que o museu tradicional se defronta, então, com o novo museu.

A transição e a redefinição de um modelo de museu pouco interativo, para um modelo mais maleável e dinâmico com o seu contexto social, podem ser entendidas também como um reflexo das mudanças ocorridas a cerca do “alargamento da noção de patrimônio” (MOUTINHO, 1993, p. 08). O que acabou refletindo na mudança do entendimento que se tinha sobre “objeto museológico”, saindo assim de uma visão reducionista do termo para um sentido mais abrangente, passando a ser pensado, não mais como protagonista, e sim como um coadjuvante diante do grupo social que o manipula. Tivemos então uma inversão dos papéis.
Apesar do Movimento intitulado de “Nova Museologia” ter oficialmente suas bases lançadas na década de 80, mais especificamente em 1984, com a Declaração de Quebec, as ações do movimento em afirmar a função social do museu e seu caráter global já remetia a década de 70, sendo referenciada também na Mesa Redonda de Santiago do Chile.
Diferentemente do que pensam alguns estudiosos, de outras áreas, que se enveredam pelo campo de estudos dos museus, a Nova Museologia não foi um movimento segregador e de discriminação as antigas práticas museológicas, mas sim outra possibilidade de se pensar o museu, ou seja, de uma forma mais humana. Pois como ressalta Maria Célia Teixeira Moura Santos:

a classificação Nova Museologia não pode ser evolucionista, pois a realidade social é multidimensional. A prática da Nova Museologia é humana e, consequentemente, não pode ser dissociada de experiências passadas e embrionárias (2008, p.71).

Mas também, é preciso frisar que, nem toda Museologia é social (SANTOS, 2008), se levarmos em consideração, é claro, o sentido prático do conceito de Museologia Social construído em cima da idéia do “novo museu”. Não é o fato do campo do conhecimento museológico lidar com a relação patrimônio x público que chancela este segmento da Museologia, mas sim a forma como é desempenhado o processo de pensamento acerca do seu “patrimônio” e a sua atuação. Pois, ainda existem instituições museológicas que não se adequaram nas práticas do “novo museu” e continuam distante da realidade social do contexto em que está inserido.
Para Hugue de Varine (2005) a dificuldade no reconhecimento e aceitação, dos novos modelos de instituições museológicas pelas instâncias administrativas, advém da associação do museu a comunidade, ao território, a população e o patrimônio, contestada por diversas razões as quais, segundo o autor, podem estar explicitas ou implícitas:

o desrespeito aos princípios tradicionais da museologia; particularmente, a menor atenção dada à coleção permanente, à pesquisa acadêmica e à conservação; a modéstia e mesmo a pobreza técnica e científica das exposições e manifestações culturais organizadas pelo museu; a ausência de qualificação profissional reconhecida dos responsáveis e dos colaboradores desses museus, que são freqüentemente autodidatas em museologia e museografia; uma confusão com outras realidades ou conceitos, como os centros de interpretação, os parques naturais, os sítios históricos, certos lugares de interesse turístico e parques temáticos (VARINE, 2005, p. 1-2).

Para além dessas questões Varine coloca como urgente, a necessidade de lançar um novo debate que não seja teórico, mas a partir das experiências lançadas ou em curso colocando problemas concretos vividos pelos atores locais (2005, p. 2). Mas, apesar das dificuldades ainda encontradas no campo museológico pela Nova Museologia no que tange ao seu estabelecimento, o movimento ideológico conseguiu dar novos rumos aos museus e as suas relações com o contexto social, contribuindo para o amadurecimento e renovação da ciência museológica (SANTOS, 2008, p.21). Foi justamente essa renovação que possibilitou o surgimento e a formação da Museologia Social.
*Texto extraído de "A Caminho da Casa. In: Era uma casa, era um museu: A Formação do Pensamento Museológico Social Sergipano em José Augusto Garcez. Monografia apresentada a UFS. Julho de 2011, p.20-24.

Referências

MOUTINHO, Mário. Museus e Sociedade: Reflexões sobre a função social do museu. Caderno de Patrimônio, 1989.

_____. Sobre o conceito de Museologia Social. Cadernos de Museologia n°1.1993.

ARAUJO, Marcelo Mattos e BRUNO, M.C. Oliveira (Org.). A memória do pensamento museológico contemporâneo: Documentos e depoimentos. Comitê Brasileiro de ICOM, 1995.

SANTOS, Maria Célia Teixeira Moura Santos. Reflexões sobre a Nova Museologia. In:_____ Encontros Museológicos – reflexões sobre a museologia, a educação e o museu. Rio de Janeiro, Minc/IPHAN/DEMU, 2008.

VARINE, Hugues de. O museu comunitário é herético?2005. Disponível em: Acessado no dia 20 de Junho de 2011.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Museólogos ganham mercado com nova lei


"Política governamental de 2007 levou ao aumento de vagas e oferta de cursos"

Antiguidades. Para algumas pessoas, uma forma de reviver o passado e despertar curiosidades. Para outras, uma opção de carreira. "Um museu é essencial para todos. Ele armazena toda a história e patrimônio", afirma Ivan Coelho de Sá, diretor da Escola de Museologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio).
Por isso, Sá acredita que é uma carreira em expansão. De acordo com o Conselho Regional de Museologia da 4ª Região (Corem), o Brasil tem firmado uma política nacional para a área museológica, que inclui a implantação de novos museus e a qualificação dos serviços prestados nas instituições já em funcionamento.
Novas modalidades de museus e de processos veem demandando a presença do profissional museólogo. "Ele pode trabalhar em museus históricos, artísticos, científicos, militares, universitários, regionais, centros de memória, centros culturais, empresas que trabalham com bens culturais, ecomuseus, entre outros. Há diversas áreas. É um campo muito amplo", destaca Sá.
"Na década de 80, quando me formei, era um mercado de trabalho difícil. Mas, de uns seis anos para cá, quando o Ministério da Cultura iniciou uma política voltada para os museus, essa área melhorou e se desenvolveu", afirma Sá. Em 2007, o Ministério criou a Política Nacional de Museus com o objetivo de promover a valorização e a preservação do patrimônio cultural brasileiro.
A legislação brasileira prevê que até 2013 todos os museus do País deverão ter ao menos um museólogo em seus quadros de colaboradores. Com isso, o número de concursos para essa área vem aumentando significativamente. Na segunda-feira (13), o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) nomeou 18 profissionais para atuarem em cargos de cultura do instituto.

PERFIL

Mas o que faz um museólogo? Segundo Sá, é ele quem vai preservar toda documentação, investigar e expor os bens culturais de uma sociedade. "Esse profissional terá uma atuação mais prática, mas deve ter o conhecimento teórico para conseguir elaborar a parte dos conceitos de acervo e patrimônio de cada instituição." Além disso, com o aumento dos cursos, o museólogo também pode atuar na área acadêmica. "Estão sendo abertas muitas vagas para professor de Museologia", acrescenta Sá.
A carreira de museólogo está inscrita nas ciências sociais aplicadas. A profissão é regulamentada no Brasil desde 1985, mas só podem receber essa titulação aqueles que forem graduados ou pós-graduados em Museologia. Dessa forma, todos os profissionais da área devem estar registrados no Corem para poderem atuar no mercado.
Ana Silvia Bloise, presidente do Corem, destaca que o profissional dessa área deve gostar de pesquisar, estudar e trabalhar em equipe. Também precisa se preocupar com o cuidar, tanto dos acervos, quanto das pessoas – o público dos museus.
"É importante ele ter um elevado senso ético, pois irá lidar com as relações entre as pessoas e as coisas que queremos preservar para as futuras gerações."

FORMAÇÃO

Com a política nacional promovida pelo Ministério da Cultura, já houve um investimento alto, segundo Sá, em cursos de Museologia. "Antes só existiam dois cursos: na UniRio e na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atualmente, esse número aumentou muito e a maioria das universidades é federal", destaca Sá.
De acordo com o Corem, ao todo são 14 universidades que oferecem curso de graduação em Museologia. Entre elas estão a UFBA, a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Federal do Pará (UFPA) e a UniRio, que também oferece mestrado na área.
Na UniRio, Sá ressalta que a procura pelo curso vem aumentando a cada ano. "No período integral, são aproximadamente 100 alunos que ingressam duas vezes por ano. No noturno, são abertas 30 vagas por ano." Segundo ele, não há dificuldade em preencher as vagas, mas cerca de 40% dos alunos não chegam a se formar.

SALÁRIOS

Segundo Ana Silvia, as remunerações variam muito entre os Estados e área de atuação do profissional. "Em geral, acredito que seja acima de cinco salários mínimos."


Nível de formação Custo/hora: consultorias, pareceres, laudos e arbitragens Custo/hora: professor Jornada de 20 horas semanais Jornada de 30 horas semanais Jornada de 40 horas semanais
Graduado ou entre 0 e 8 anos de formado R$ 179,52 R$ 80,68 R$ 2.737,75 R$ 4.036,10 R$ 5.026,69
Mestre ou entre 8 e 16 anos de formado R$ 235,63 R$ 106,86 R$ 3.282,74 R$ 4.925,71 R$ 6.568,15
Doutor ou mais de 16 anos de formado R$ 331,27 R$ 149,60 R$ 3.950,08 R$ 5.909,36 R$ 7.875,58
Conselho Federal de Museologia (Cofem)

Por Patrícia Lucena, iG São Paulo | 17/06/2011. Disponível em:

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Faz o Quê? - Museologia - Bloco II

Continuação!!!

Faz o Quê? - Museologia - Bloco I


Aê galera...para quem não sabe o que é Museologia esse vídeo é muito bom!!!!

sábado, 7 de maio de 2011

IBRAM PROMOVE 9ª SEMANA DE MUSEUS



O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/Ministério da Cultura) divulgou na segunda-feira, 25 de abril, o guia com a programação completa da 9ª Semana Nacional de Museus. A publicação traz informações sobre os cerca de 3 mil eventos programados pelos museus participantes em mais de 500 cidades de todos os estados do país. A 9ª Semana será realizada de 16 a 22 de maio.

Neste ano, a Semana de Museus terá participação recorde: 1.006 museus e instituições culturais integrarão a programação, oferecendo eventos como exposições, oficinas, espetáculos, seminários, exibição de filmes e outras atrações.

A Semana de Museus é celebrada anualmente por dezenas de países e é o maior evento, no âmbito mundial, comemorativo ao Dia Internacional de Museus (18 de maio). O tema de cada ano é definido pelo Conselho Internacional de Museus. Em 2011, o tema será Museu e Memória.

Em 2010, a comemoração teve participação de mais de 30 mil museus em 95 países. A iniciativa tem sido responsável pelo aumento de visitação nas instituições. No Brasil, a Semana de Museus vem sendo realizada desde 2003, sob coordenação do Ibram.

Fiquem ligados na programação dos museus sergipanos!!!!


Fonte: IBRAM

terça-feira, 3 de maio de 2011

Lista do patrimônio histórico em Sergipe

Confiram a sublista da lista do patrimônio histórico no Brasil para o estado de Sergipe (em fase de preenchimento - incompleta e verificar datas no site do IPHAN).


Município

Monumento ou obra

Esfera de tombamento

Uso atual

Ano do tombamento

Aracaju

Cemitério dos Naufrágos

Estadual

Cemitério

1973

Aracaju

Palmeiras Imperiais das Praças Fausto Cardoso e Olímpio Campos

Estadual

1979

Aracaju

Centro de Turismo - Antiga Escola Normal

Estadual

1984

Aracaju

Palácio Olímpio Campos

Estadual

1985

Aracaju

Catedral Metropolitana

Estadual

1985

Aracaju

Sede da Secretaria de Estado de Segurança Pública

Estadual

1985

Aracaju

Sede do Juizado de Menores

Estadual

1985

Aracaju

Carrosel do Tobias

Estadual

1987

Aracaju

Palácio Fausto Cardoso

Estadual

1987

Aracaju

Imóveis à Avenida Otoniel Dória n°s. 500, 506, 511, 520, 524 e 594

Estadual

1987

Aracaju

Painéis e Murais do Artista Jenner Augusto em Aracaju

Estadual

1988

Aracaju

Antigo Tribunal de Justiça

Estadual

1988

Aracaju

Imóvel à Av. Ivo do Prado n°. 1072

Estadual

1989

Aracaju

Arquivo Público Estadual

Estadual

1991

Aracaju

Antigo Tesouro do Estado

Estadual

1991

Aracaju

Antigo Farol

Estadual

1995

Aracaju

Delegacia do Ministério da Fazenda

Estadual

1996

Aracaju

Palácio Inácio Barbosa

Estadual

1997

Aracaju

Quartel Central da Polícia Militar do Estado de Sergipe

Estadual

2000

Aracaju

Acervo do Artista Horácio Hora

Estadual

2000

Aracaju

Colégio Nossa Senhora de Lurdes

Estadual

2002

Aracaju

Antiga Alfândega

Estadual

2003

Aracaju

Estação Rodoviária Governador Luiz Garcia

Estadual

2003

Aracaju

Imóvel à Praça Camerino n°. 225 - Sede da Superintendência do IPHAN em Sergipe

Estadual

2003

Aracaju

Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe

Estadual

2007

Aracaju

Instituto Parreiras Hortas

Estadual

2008

Brejo Grande

Canoa de Tolda Lusitânia

Federal

embaracação tradicional

2008

Carmópolis

Igreja de Nossa Senhora de Santana do Massacará

Estadual

Igreja

1994

Divina Pastora

Igreja Matriz de Divina Pastora

Federal

Igreja

1943

Estância

Sobrado à Praça Barão do Rio Branco

Federal

1967

Estância

Obras de talha de madeira da Igreja do Rosário

Estadual

1981

Estância

Conjunto de Casas e Sobrados com Fachadas Revestidas por Azulejos Portugueses

Estadual

Residencial e Comércios

1997

Estância

Instituto Nacional de Seguridade Social

Estadual

Institucional

1997

Estância

Sobrado à Rua Capitão Salomão n°. 162

Estadual

1997

Estância

Painel de Horácio Hora no Hospital Amparo de Maria

Estadual

2000

Itabaianinha

Casa Revestida por Antigos Azulejos Ingleses

Estadual

1987

Itabaianinha

Imóvel à Praça Olímpio Campos n° 176

Estadual

1987

Itaporanga d'Ajuda

Casa Grande e Capela do Antigo Engenho Colégio

Federal

Fazenda

1943

Lagarto

Imóvel à Praça Manoel Emílio de Carvalho

Estadual

1995

Laranjeiras

Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico

Federal

Cidade Histórica

1993

Laranjeiras

Conjunto Arquitetônico

Estadual

Cidade Histórica

1971

Laranjeiras

Igreja Matriz do Sagrado Coração de Jesus

Federal

Igreja

1943

Laranjeiras

Igreja da Comandaroba

Federal

Igreja

1943

Laranjeiras

Casa Grande e Capela de Santo Antônio do Antigo Engenho Retiro

Federal

1943

Laranjeiras

Capela do Antigo Engenho Jesus, Maria e José

Federal

Abandonado

1943

Laranjeiras

Terreiro Filhos de Obá

Estadual

Terreiro

1988

Laranjeiras

Gruta da Pedra Furada no povoado Machado

Estadual

1990

Maruim

Igreja de Nosso Senhor dos Passos

Estadual

Igreja

Neópolis

Igreja do Rosário

Estadual

Neópolis

Forum Municipal

Estadual

Nossa Senhora do Socorro

Igreja Matriz de Nossa Senhora do Socorro

Federal

Igreja

1943

Porto da Folha

Igreja de São Pedro

Estadual

1984

Propriá

Sobrado à Avenida Graccho Cardoso n°, 584

Estadual

1995

Riachuelo

Capela do Antigo Engenho Penha

Federal

Abandonada

1943

Rosário do Catete

Sobrado à Rua Padre /rocha Villar n° 251

Federal

Abandonada

1943

Santa Luzia do Itanhy

Igreja Matriz

Estadual

Santa Luzia do Itanhy

Usian São Félix

Estadual e Municipal

Santo Amaro das Brotas

Igreja Matriz de Santo Amaro das Brotas

Federal

Igreja

1942

Santo Amaro das Brotas

Capela de Nossa Senhora da Conceição do Antigo Engenho Caieira

Federal

Capela

1943

São Cristóvão

Igreja e Convento de São Francisco e Ordem Terceira

Federal

Igreja e Museu de Arte Sacra

1941

São Cristóvão

Igreja Matriz de Nossa Senhora das Victórias

Federal

Igreja

1942

São Cristóvão

Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico de São Cristóvão

Federal

Cidade Histórcica

1967

São Cristóvão

Cidade de São Cristóvão

Estadual

Cidade Histórico

1938

São Cristóvão

Igreja e Convento do Carmo

Federal

Igreja e Convento

1942

São Cristóvão

Igreja de Senhor dos Passos - Ordem Terceira do Carmo

Federal

Igreja

1942

São Cristóvão

Antiga Santa Casa e Igreja de Misericórdia

Federal

Lar Imaculada Conceição e Escola

1942

São Cristóvão

Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos

Federal

Igreja

1943

São Cristóvão

Igreja de Nossa Senhora do Amparo dos Homens Pardos

Federal

Igreja

1967

São Cristóvão

Sobrado do Balcão Corrido

Federal

Institucional e restaurante

1943

São Cristóvão

Sobrado à Rua das Flores - Atual R. Messias Prado

Federal

Restaurante

1943

São Cristóvão

Sobrado do IPHAN

Federal

Institucional

1943

São Cristóvão

Cristo Redentor

Municipal

2009

São Cristóvão

Museu Histórico de Sergipe

Estadual

2003

São Cristóvão

Capela de Nossa Senhora da Conceição do Antigo Engenho Poxim

Federal

1943

São Cristóvão

Capela de Sossa Senhora de Nazaré do Antigo Engenho Itaperoá

Estadual

Abandonada

1979

São Cristóvão

Telas de Horácio Hora do Museu Histórico de Sergipe

Estadual

2000

Simão Dias

Conjunto Arquitetônico da Praça Barão de Santa Rosa

Municipal

2005

Simão Dias

Memorial de Simão Dias

Estadual

2000

Tomar do Geru

Igreja Matriz de Nossa Senhora do Socorro

Federal

Igreja

1942


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